quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cassiano Ricardo biografia, características e obras

[creditofoto]
Cassiano Ricardo, poeta e jornalista, foi autor,
entre outros, de Martim Cererê

Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos 1895, e estudou Direito em São Paulo e no Rio de Janeiro. Atraído desde cedo para as letras, aos 12 anos, fundou, em sua cidade natal, a revista "Íris", e quando estudante em São Paulo, "Panóplia". Mais tarde, lançou "Novíssima". Iniciou-se no jornalismo profissional no "Correio Paulistano", vindo a fundar ou dirigir vários jornais no futuro, entre eles "Anhanguera" e "A Manhã". Foi também editor, ensaísta, historiador, estudioso de temas sociológicos, pertencente à Academia Paulista e Brasileira de Letras.
Fez premiar o volume de Cecília Meireles, "Viagem", o primeiro livro de versos modernos que a Academia distinguiu.

Cassiano Ricardo estreou com "Dentro da Noite", aos vinte anos, e nessa obra já se utiliza de versos heterométricos, chega quase ao verso livre, e o seu clima poético é penumbrento, sombrio até, estando assim divorciado da norma parnasiana, ainda imperante.

Mas sua carreira poética começou mesmo pelo treinamento parnasiano. Depois de muito batucar versos rigorosos e obedecer teimosamente à disciplina da escola, enveredou pela experiência modernista, vindo a destacar-se na nova corrente, que a princípio não conquistara o seu aplauso, como um dos principais líderes das dissidências "Verde - Amarelo" e "Grupo da Anta".

Escreve então "Borrões de Verde e Amarelo" e "Vamos Caçar Papagaios", que são esboços, rascunhos, de "Martim Cerêrê" - uma peça clássica da poesia moderna brasileira, como disse Carlos Drummond de Andrade. Esse poema propunha uma visão épica da história pátria, exaltava o bandeirismo, buscava a mitologia nacional, vinculava-se à civilização cafeeira e à civilização industrial.

 É poema da terra e das grandes cidades, produto eufórico de um momento eufórico, de um instante de crescimento, de formação de uma consciência de grandeza. Cantava uma raça nova, produto da miscigenação, raça que fora anunciada pelos modernistas desde as primeiras horas do movimento e que deveria produzir um tipo especial de brasileiro - esse filho de todos os povos, que era feito de percentagem de todos os sangues - do branco, do preto, do índio e de todos os imigrantes.

 É canto nascido da crença na "democracia biológica", inventada, aliás, pelo próprio Cassiano Ricardo, ou seja, a democracia fundada na ausência de preconceitos de sangue. O poema engrandecedor dessa raça está em "Martim Cererê".

Cassiano Ricardo praticou um "full-time" artesanal que muito lhe enriqueceu o poder de expressão, a ponto de lhe permitir o domínio de vários processos de dicção poética, mantendo-se, porém, fiel à tradição da poesia brasileira que se situa nos polos extremos representados por D. Dinis e Fernando Pessoa. Cassiano Ricardo viveu, intensamente , a poesia e a vida brasileiras, os dramas do homem moderno, os acontecimentos históricos de seu tempo.

Atendendo à estes chamados de sua época, é que foi, primeiro, um contemplativo; depois um intérprete de anseios nacionalistas, animado de entusiasmo, ávido de luz e de cor; e, por fim, um radar sensibilíssimo do convulso e sombrio mundo contemporâneo. Ser poeta, para ele, é um atormentado ofício, que atualmente exerce sob forma interiorizado. Recolhida e depurada, fazendo seus versos, não apenas transferindo-os para o todo coletivo, de que é a voz ou o megafone.

Principais obras do escritor Cassiano Ricardo

Poesia:

Indômitus

Papagaio Gaio

Os nomes dados a terra descoberta

Coroa mural

Canção para poder viver

Relâmpago

A rua

A graça triste

O acusado

Desejo

A outra vida

Montanha russa

A medusa de fogo

Espaço lírico

Ficaram-me as penas

Rotação

Posições do corpo

A física do susto

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 

Texto sobre Álvaro Pacheco

Ensaio 
- O Brasil no original (1936)
- O negro da bandeira (1938)
- A Academia e a poesia moderna (1939)
- Marcha para Oeste (1940)
- Algumas reflexões sobre a poética de vanguarda (1964)

Curiosidades sobre Cassiano Ricardo

- É formado em Direito
- Participou dos grupos modernistas “Verde Amarelo” e “Anta”, juntamente com Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Cândido Mota Filho e outros;
- Presidente do Clube da Poesia em São Paulo e foi reeleito várias vezes
- Muitos de seus poemas foram traduzidos para vários idiomas
- Aos 12 anos fundou a revista Íris
- Recebeu influências do Concretismo e Praxismo.

Principais características da obra de Cassiano Ricardo

Como outros modernistas da primeira fase, Cassiano Ricardo estreou sob influências parnasiano-simbolistas, de que são exemplos os livros Dentro da noite (1915) e A frauta de Pã (1917). Contudo, sua inquietação estética fez com que chegasse a experiências das vanguardas poéticas mais recentes. 
Com Vamos caçar papagaios (1926) e Martim-Cererê (1928), o poeta entra em sua fase nacionalista “verde-amarelista”, em que predomina a brasilidade dos temas. 

Martim-Cererê, o livro mais importante dessa fase, é uma recriação poética da descoberta e colonização do Brasil. Nele, o poeta incorpora ao seu canto a fauna e a flora brasileiras, o índio, o bandeirante, o imigrante, a temática penetração territorial, a fundação das cidades, nossos heróis e o crescimento de São Paulo. 

Em O sangue das horas (1943) e Um dia depois do outro (1947), encontramos o poeta voltado para a reflexão sobre o destino humano e para os sentimentos de solidão, melancolia, frustração, angústia e perplexidade diante da vida.

Sala de Espera

(Ah, os rostos sentados 
numa sala de espera. 
Um "Diário Oficial" sobre a mesa. 
Uma jarra com flores. 
A xícara de café, que o contínuo 
vem, amável, servir aos que esperam a audiência 
[marcada. 

Os retratos em cor, na parede, 
dos homens ilustres 
que exerceram, já em remotas épocas, 
o manso ofício 
de fazer esperar com esperança. 
E uma resposta, que será sempre a mesma: só amanhã. 
E os quase eternos amanhãs daqueles rostos sempre 
[adiados 
e sentados 
numa sala de espera.) 

Mas eu prefiro é a rua. 
A rua em seu sentido usual de "lá fora". 
Em seu oceano que é ter bocas e pés 
para exigir e para caminhar. 
A rua onde todos se reúnem num só ninguém coletivo. 
Rua do homem como deve ser: 
transeunte, republicano, universal. 

Onde cada um de nós é um pouco mais dos outros 
do que de si mesmo. 
Rua da procissão, do comício, 
do desastre, do enterro. 
Rua da reivindicação social, onde mora 
o Acontecimento. 

A rua! uma aula de esperança ao ar livre. 

Publicado no livro Um dia depois do outro, 1944/1946 (1947). 

O Relógio

"Diante de coisa tão doida
Conservemo-nos serenos

Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos

Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser

Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer."


Cassiano Ricardo
Fonte: www.algosobre.com.br
          www.jornaldapoesia.jor.br
          www.oficinaideiaseideais.blogspot.com.br

terça-feira, 28 de maio de 2013

Biografia e resumo das principais obras de José de Alencar

Escritor cearense (1829-1877), José Martiniano de Alencar é um dos principais autores  de romances regionalistas brasileiros. Entre 1845 e 1850, cursa direito em São Paulo e Olinda. Ainda estudante, pública os primeiros trabalhos literários na revista Ensaios Literários (1847/48). Nesse período escreve uma novela histórica, Os contrabandistas, queimada por brincadeira por um companheiro de quarto. Trabalha como advogado e jornalista.. Em 1854, escreve crônicas no Correio Mercantil e é redator no Diário do Rio de Janeiro. No Diário, envolve-se em polêmicas sobre a língua portuguesa e lança os primeiros "romancetes" - Cinco Minutos (1856) e a A viuvinha (1857) -, pequenos romances publicados em capítulos no jornal. Torna-se famoso com O Guarani, também de 1857. Escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, obras teatrais, poesias, crônicas, romances-poemas de natureza lendária e escritos políticos.Em 1866, Machado de Assis elogiou fervorosamente a obra Iracema, de forma que o autor sentiu-se enobrecido.

A admiração de Machado de Assis por José de Alencar era tanta que escolheu-o como patrono de sua Cadeira na Academia Brasileira de Letras. Entre 1861 e 1877, é eleito deputado geral pelo Ceará por quatro legislaturas. Ocupa a Pasta da Justiça no ministério conservador do Visconde de Itaboraí (1868-1870). Escreve cerca de oito peças de teatro e 20 romances. Entre os históricos estão O Guarani, Iracema (1865) e A guerra dos Mascates (1873). A obra regionalista inclui O Gaúcho (1870) e O Sertanejo (1875). O principal marco dos romances de temática urbana é Senhora (1875). Em 1877, viaja à Europa para se tratar de tuberculose, mas morre da doença no mesmo ano no Rio de Janeiro.

Suas principais obras são:

Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875).

Resumo das principais obras de José de Alencar

Cinco minutos (1857) - resumo

Ele a conheceu no ônibus. Só entrara naquele ônibus porque havia chegado cinco minutos atrasado. Sentou-se ao fundo, no banco ao lado do dela. Não a conhecia nem podia lhe conhecer, pois seu rosto estava escondido entre a volumosa seda que trajava. Mesmo assim, ali os dois iniciaram seu romance.


Logo os braços dos dois fortemente se tocavam e ele, assustando-a, lhe entregava um beijo no ombro. Durante um curto tempo acreditou que ela era feia, mas depois, ao sentir seu perfume, viu como ela deveria ser extremamente bela. Porém logo o ônibus parou e ela se despediu dizendo apenas: “não se esqueça de mim”.

Desta maneira ele passou a amá-la sem conhecê-la e a buscá-la incansavelmente. Tempos depois reconheceu em uma velha a mesma voz de sua amada desconhecida, e temeu estar apaixonada por uma senhora. Mas logo descobriu que amava a filha dessa senhora.

Finalmente reencontrou-se com ela no teatro, e como ela não lhe falou nada antes de ir embora, disse-lhe como era má por tratá-lo daquela maneira. Em sua casa encontrou uma carta assinada por ela, Carlota, que afirmava que fugia dele por que o amava, mas que por ele ser amada não convinha, pois viveriam um romance desgraçado. Assim, ele pronto para esquecê-la se retirou na Tijuca e quando retornou já se sentia arrependido te ter negado sua paixão, porém para sua surpresa encontrou uma carta.

Carlota lhe escrevera afirmando que amava-o e sempre ficava a espera de o ver passar pela janela, mas que agora estava indo a Petrópolis. A carta já contava dois dias, e o ato instantâneo dele foi ir a Petrópolis também. Chegando lá perguntou, oferecendo dinheiro, se duas senhoras não haviam subido por esses dias, o resultado foi ficar na janela de Carlota a ouvindo cantar.

Posteriormente, ela teve com ele e sozinhos declararam seu amor. Radiante, ele foi embora e assim no dia seguinte encontrou uma nova carta dela, que lhe avisava que estava de volta ao Rio, e que agora a distância lhes separavam por 24 horas, tendo ele a chance de escolher ir atrás dela ou não se arriscar naquele romance que ela afirmava tão difícil. Difícil porque ela estava doente. 

Nessa mesma carta, Carlota contava a ele que desde que se iniciara na corte notara nele uma diferença e se apaixonara. Seguia-o sempre com o olhar e que desde então o amou, porém condenava seu romance porque estava doente, tinha consigo uma doença que lhe condenava à morte. Sendo assim dava a ele a opção de amá-la e ir ter com ela ou de esquecê-la. 

Ele, assim que leu a carta com pressa, deixou o hotel. Desesperadamente comprou um cavalo com quem voou para a praia a fim de tomar a barca naquele dia ainda. Conseguiu chegar à praia, mas a barca já havia partido e o fiel cavalo que voara pela estrada morreu exausto.

A seguinte medida foi importunar um pescador para que esse o levasse em sua canoa até o Rio em troca de ganhar o valor que conquistaria com um mês de pescaria. Dentro da canoa sonhava com o momento que por fim estaria com Carlota, no entanto como ambos tomaram uma dose de vinho acabaram adormecendo e perdendo os remos.

Passaram a noite na canoa e já chegavam a mais uma noite quando, energizado pelo vinho, o pescador nadava puxando a canoa. Chegaram a uma ilha já com a lua no céu e ali conseguiram mais dois remos, que permitiram finalmente chegar ao Rio de Janeiro.

No entanto, o que encontrou foi mais uma carta de Carlota que incrivelmente já sabia de seus feitos e que justificava a sua tardia chegada como um contratempo na viagem feita com canoa. A carta ainda avisava que agora ela estava a caminho da Europa. Novamente ele a seguiu e foi assim que, chegando à Europa, em cada correio de cada cidade que passava ele encontrava uma carta de Carlota que lhe indicava que caminho seguir para encontrá-la.

Quando finalmente estiveram juntos, apenas desfrutaram do amor que tinham um pelo outro. Foi em uma tarde que ela lhe pediu que antes que ela morresse – coisa que não demoraria – ele selasse a sua morte com um beijo. Acabado de dizer isso e ouvir a promessa, afirmou que era o momento. Ele a beijou.

A reação de Carlota foi desejar a vida. E assim o amor a curou. Casaram-se e por muito tempo viveram na Europa se separando apenas quando ele ia ter com seus livros e ela com suas flores. Assim viveram felizes em seu amor por um bom tempo na Europa e depois de volta ao Brasil.
- A viuvinha (1860);


Jorge era um moço jovem e rico que após a morte de seu pai teve a fortuna controlada pelo fiel amigo do falecido, Sr. Almeida. Assim que completou dezoito anos pôde ele controlar toda a sua herança, mas seduzido pela vida na corte, desperdiçou muito do seu dinheiro com mulheres, jogos e etc.

Nessas circunstâncias conheceu Carolina, uma moça que vivia apenas com sua mãe, D. Maria, de uma simples família e ali Jorge conheceu sua redenção. O romance que iniciou com a menina o tirou e salvou por completo das loucuras da vida que vivia.

Em cerca de dois meses o casamento foi marcado, e assim na véspera do grande dia o Sr. Almeida esteve com Jorge. Fazia muito gosto do casamento, mas o que trazia ali era para deixar o rapaz a par de que toda sua riqueza havia se dissipado e que hoje o que restava era a miséria e as dívidas que sujavam o nome do seu falecido pai.

Tais novidades deixaram Jorge perplexo e assim ele passou a noite em claro, não pela ansiedade do casamento como ocorrera com Carolina, mas sim pela preocupação de que não poderia abandonar sua jovem noiva e deixá-la falada por um casamento cancelado nem podia casar-se e condená-la à miséria em que ele se encontrava agora.

Finalmente chegou o momento do casamento. Casaram-se, Carolina com extrema alegria e Jorge com a palidez da preocupação. Após o casamento enquanto estavam ali os poucos e íntimos convidados, Jorge afirmou ao Sr. Almeida que tinha a solução. 

Carolina esperava por ele no quarto perfeitamente preparado para receber para sempre o casal. Mas Jorge, ainda preocupado, criava coragem de entrar no quarto. Por fim o fez, falou à esposa que seria necessário que ela o perdoasse e ela, firme no amor que tinham um pelo outro, de tudo o perdoou. Jorge então lhe deu um copo com licor e brindaram. Em seguida ela adormeceu e ele saiu pela janela.

Tinha colocado um pouco de ópio na bebida da esposa e assim caminhou para à praia sozinho. Mas a verdade era que um vulto o seguia. O lugar para qual Jorge se adiantava era marcado por inúmeros suicídios, iam ali muitos para encerrarem sua vida. E naquela noite não foi diferente. Sim, Jorge fora até lá para cometer o suicídio, mas um homem acabara de concretizá-lo. O homem que acabara de suicidar-se atirara contra a própria face, tornando-se irreconhecível. Por alguns instantes Jorge tomou coragem para fazer o mesmo e quando estava pronto para acabar com sua vida foi interrompido pelo Sr. Almeida que o seguira.

Ele, ao ouvir do jovem que tinha descoberto uma solução, deduzira que tentaria se matar e assim certificou-se de passar a noite vigiando-o para impedir-lhe de qualquer atitude errada.

Sabiamente ele apresentou uma solução a Jorge. Que ele colocasse naquele cadáver um bilhete de despedida se passando por ele e que assumisse dali para frente uma nova identidade e assim lutasse para limpar o nome do pai e posteriormente renascesse como Jorge e assim com a honra livre.

Jorge aceitou o conselho. Atirou para que o corpo fosse descoberto – já que o finado usara de uma espécie de silenciador – e com a ajuda de Sr. Almeida arrumou um novo documento e embarcou para os EUA, onde adquiriu parte do dinheiro que lhe era necessário. Depois voltou ao Brasil, onde terminou de quitar parte das dívidas, as quais o Sr. Almeida havia se tornado credor.

Durante tudo isso passaram-se cinco anos, nos quais Carolina se prendeu em um luto e na lembrança do marido sem se permitir novos amores. Era conhecida como a viuvinha, e era uma das mais belas damas da sociedade.

Assim nesse último ano ela adquirira um admirador secreto que toda noite lhe deixava uma carta com uma rosa na janela. Desse modo a viuvinha se perdia no novo sentimento que nascia por esse vulto que toda a noite lhe deixava uma carta e também na lembrança de Jorge. 

Durantes estas noites eles viram muitas vezes a sombra um do outro. Ela que esperava na janela e ele que se aproximava. Algumas vezes ele lhe dera um beijo na mão e finalmente marcaram um encontro à meia-noite no jardim. Carolina foi vestida de branco, mas seus acessórios eram pretos e assim esperou pelo o admirador crendo que daria fim àquela situação naquela noite, voltando a cultivar apenas o amor à memória de Jorge.

Ele chegou e conversaram, perguntou se ela o amava. Porém Carolina se dividia na lembrança de Jorge. A resposta do cavalheiro foi beijá-la. E assim os dois se direcionaram ao quarto dela. Na manhã seguinte, D. Maria gritou para que a filha viesse tomar o café. E então finalmente ela e Jorge se sentaram à mesa como marido e mulher. 

Lucíola (1862) - resumo

Paulo se encontrou com Lúcia pela primeira vez em uma rua do Rio de Janeiro, seu primeiro contato foi lhe entregar o leque que ela acabara de deixar cair. Desde esse momento Lúcia o amou – como mais tarde revelou a ele.

Mais tarde eles se encontraram em um dos bailes e foram apresentados por Sá, amigo de Paulo. Daí em diante os dois se ligaram eternamente. Nos dias seguintes a essa apresentação, ele foi ter com Lúcia na casa dela. Depois de conversarem um pouco ela, com uma sensualidade e ferocidade distinta, fez seu serviço – Lúcia era uma prostituta.

Tratava se de uma jovem de 19 anos, uma das mais belas da corte. Tinha amantes por seis ou menos meses e depois se separava deles para sempre. Era rica e avarenta e a grande maioria dos homens a desejava.

Paulo era um recém chegado ao Rio. Não era um homem rico, na verdade, afirmava ser pobre. Era um homem simples. Viera para a corte para iniciar uma vida, ou seja, firmar-se em uma profissão e fazer uma família.

Desde a primeira fez que estiveram juntos, ele já a desejava. E foi assim que foram a um jantar na casa de Sá. Na verdade se tratava de uma noite de orgia preparada. Eram quatro cavalheiros – dentre eles Paulo, Sá e Couto – e quatro mulheres, uma para cada um deles. Lúcia e Paulo eram um casal.

Primeiro findariam a refeição e poriam fim ao alto consumo de bebidas para depois vir a segunda parte, às duas horas da manhã, para preservarem a “inocência dos criados”. Depois de comer e beber, Sá pediu atenção aos quadros na parede e assim que todos observaram, Lúcia começou uma apresentação sensual de representação das obras.
Paulo, que pedira a ela que não fizesse tal coisa, se retirou da sala. Porém ainda observou algumas ações pela porta entreaberta. Acabada a apresentação, Lúcia foi para fora também, lá ela e Paulo desculparam-se. Ele que não queria ser tão radical ao sair da mesa e ela por ter sido tão baixa com aquela demonstração. Assim, os dois se perdoaram e juraram que estariam juntos. E dormiram ali fora.

Daí para frente Lúcia e Paulo se tornaram amantes. Ele fora declarado por ela dono e senhor dela própria e da casa em que viviam – posição que a nenhum outro ela concedera – e ele ficava lá tendo permissão para sair apenas nas terças e quintas. Assim passaram por uma pequena existência.

Foi quando Paulo se encontrou com Sá que um problema os atingiu. Afirmavam por toda a corte que Lúcia o sustentava, visto que a moça não aparecia mais nos bailes, não se via vestidos e jóias chegando a seu endereço e ainda não a viam ocupando nenhum camarote no teatro. Depois dessa os dois tiveram o primeiro “rompimento”.

Lúcia, que dizia obedecer qualquer vontade de Paulo, no mesmo dia procurou a Couto, um velho rico. Assim as acusações se findariam. Ele os viu juntos pela manhã e quando à tarde foi até a casa dela, encontrou- a arrumando-se para sair com ele. Porém, Lúcia vendo que isso não agradava a Paulo imediatamente tirou o vestido e mandou falou a Couto que não iria, mas Paulo disse-lhe para ir e assim ela fez. No dia seguinte já estavam unidos novamente. 

Viviam juntos em sua casa, até que com o tempo o fogo que tinham foi acabando e o relacionamento já não era como antes. Lúcia temia estar com Paulo, no entanto a presença dele a alegrava e era a única coisa que desejava. Foi assim que uma vez separados ela foi à casa dele, onde organizou tudo, e depois se reconciliaram. Nessas circunstâncias, um homem desprezível chamado Jacinto entrou para a convivência deles.

Assim que Lúcia o declarou como apenas uma espécie de criado, Paulo se aquietou.
Nesse tempo, Lúcia já passara a dormir em outro quarto, muito mais simples e casto, suas roupas também neste tempo tinham se tornado simples. Os dois viviam apenas desfrutando a companhia de um e outro. Foi então que Paulo, querendo fazer uma surpresa, chegou à casa de Lúcia silenciosamente, porém o que viu foi Jacinto dando-lhe algo que parecia ser dinheiro no antigo quarto dela, onde os lençóis estavam todos bagunçados.

Paulo sentia-se traído. Porém mais tarde descobriu, ouvindo o próprio Jacinto contar, que os lençóis estavam bagunçados porque veio ali um comprador que quis avaliar os móveis e seu estado, e que o que ele entregava a ela eram os papéis da venda daquela casa e a compra de um sítio mais afastado.

Uma nova fase na vida de Lúcia e Paulo começou. Ela mudou-se para o tal sítio e ali vivia com sua irmã, Ana, que tinha doze anos. Paulo freqüentava a casa assiduamente, ele e Lúcia viviam uma espécie de amizade, ele muitas vezes desejava mais, mas Lúcia afirmava que o maior bem que poderia ter era a presença dele, e que estarem juntos era impossível, ainda mais que podia lhes ocorrer uma gravidez, o que para ela seria terrível. Ter que doar parte de sua alma e da dele que estava nela para o nascimento de um filho.

Assim viviam em uma grande simplicidade. Nesse tempo Lúcia contou a ele sua história, de como era uma menina pobre e que vira todos que amava, ou seja, sua família, sofrerem com a febre amarela e ela, sendo a única sadia, acabou prostituindo-se no máximo de sua inocência para conseguir dinheiro para socorrer a família. Contou ainda como Couto a iniciara e ainda como, depois de curado, o pai a expulsou de casa ao saber a origem do dinheiro. Isto fez com que ela realmente se firmasse na profissão. Seu verdadeiro nome era Maria da Glória, mas chamava-se Lúcia pois havia assumido o nome de uma amiga que teve e com quem dividiu a casa. Quando ela morreu, Maria da Glória fez o óbito em seu nome e se tornou Lúcia, dando à sua família não mais uma filha prostituta, mas só a boa filha que morrera. Foi para a Europa como Lúcia e quando voltou encontrou apenas Ana viva.

Lúcia então entregara toda a sua riqueza para a irmã e vivia apenas do pouco que ganhava trabalhando – não mais como prostituta. Por fim, Lúcia pediu a Paulo que se cassasse com Ana, pois assim eles mesmos seriam eternamente ligados e ele encontraria em Ana ela mesma.

Depois disso, Lúcia adoeceu. A verdade era que estava grávida de Paulo e para ela era a hora de partir, servindo ela mesma de túmulo para o filho. Foi assim que em seus últimos momentos declarou que amara Paulo desde a primeira vez que se viram e pediu-lhe mais uma vez para que se cassasse com Ana, mas Paulo disse que não seria capaz, então Lúcia o incumbiu de ser como um pai para a menina, e ali, em um último beijo, ela partiu.

Paulo nunca se casou, vivia na lembrança de seu amor por Lúcia e servindo a Ana, que estava feliz e casada, como um pai.

- Diva (1864) - resumo

Quando doutor Augusto conheceu Emília ela era ainda uma menina por volta dos seus catorze anos, feia e recatada. Ele iniciava sua carreira de médico e ela recebeu toda sua dedicação, incluindo horas sem dormir para que a menina fosse curada do mal que quase lhe levou a vida. Mas desde esse período Emília tratava o médico com uma grande hostilidade. Ele, que se dedicara tanto ao caso, nem quis receber, afinal valia mais o mérito de ter salvado a vida da filha de uma, até mesmo, importante família. E assim o pai da menina deixou em aberto essa dívida que tinha para com Dr. Augusto.

Anos mais tarde, Emília já se tornara uma moça e, por mais inesperado que fosse, era a mais bela da corte. Sua chegada no baile desanimava as demais moças que não podiam com a beleza dela e inspirava nos rapazes inúmeros galanteios. A família dela sempre insistia em uma reconciliação da menina com o seu salvador, no entanto, ela satisfazia-se em humilhar e constrangê-lo.

Se ele, por insistência dos demais, vinha lhe pedir o prazer de uma quadrilha, ela negava dizendo já ter parceiros para a quantia de danças que pretendia ter e seguidamente, ainda na frente dele, concedia a quarta ou a sexta valsa a outro cavalheiro.

Porém todo o desprezo da menina despertou no médico um grande amor. Mas ao mesmo tempo em que ele a amava, sentia seu orgulho muito mais que ferido... Entretanto ele continuava a lhe pedir valsas e ela a negá-las. Foi nesse contexto que ele, extremamente aniquilado pelos maus tratos da moça, decidiu por fim vingar-se e esquecê-la de vez.

A sua sorte foi que Geraldo, irmão de Emília, tinha que ajudar a uma órfã por pedido da irmã que tinha um bom coração tratando-se de caridades. Geraldo, sem ânimo nenhum para a boa ação, pediu ajuda ao doutor, que viu a sua chance e se disponibilizou a ajudá-lo.

O dinheiro para ajudar a menina era uma quantia pequena, e ele foi pedí-la ao pai de Emília como pagamento pela vez que salvara a vida da menina. Ele chegou a lhe oferecer maior quantia e até mesmo a recusar-se a pagar tão pouco, mas ali estava a vingança do médico. Visto que Emília estava presente afirmou que era aquela singela quantia que era merecida pelo seu trabalho, o que implicitamente era dar o mesmo valor à vida da moça.

Recebendo o dinheiro, foi embora satisfeito e decidido a abandonar de vez o convívio com aquela família. Mandou a ajuda à órfã no nome de Geraldo e assim concretizou sua ação. Porém logo depois desse ato foi chamado à casa de Emília. Surpreendentemente ambos e mais a tia da menina seguiram em um passeio que acabou mais cedo para a tia dela intencionalmente, por parte de Emília.

A sós a moça abriu-lhe o coração. Tratava-o com tamanho desprezo e indiferença por temê-lo. Desconhecia em seu coração o amor e o único sentimento que nutria era uma gratidão e admiração imensa pelo médico, mas o tratava de tal forma porque temia que o conhecendo pudesse frustrar o coração quanto a esses sentimentos. Mas quando notou o quanto o feria resolveu dizer-lhe toda a verdade.

Assim, de pazes feitas passaram ao convívio. Já nos bailes ela lhe concedia danças e até mesmo fazia da quadrilha com ele a última da noite. Ela ainda não o amava, ele só sentia o amor crescer-lhe e assim também o ciúme, este último fez em certa ocasião os dois brigarem, pois a ela não faltavam admiradores e declarações.

No entanto, eles acabavam por superá-las. Dr. Augusto chegou a se mudar para a vizinhança da moça e durante a noite os dois a sós se encontravam nos jardins e conversavam. Ele chegou a se declarar e ela pedia-lhe calma, pois ainda não o amava, mas o sentimento com o caminhar do tempo estava mais prestes a nascer do que nunca.

No entanto o amor de Emília que não nascia frustrava o médico, a essa altura os admiradores já haviam sido afastados e ela diferente da menina orgulhosa que era já se dobrava a uma submissão. No entanto um se submetia à vontade do outro trazendo para a relação, no ponto de vista dela, uma terrível monotonia. 

Foi em uma tarde que o médico, chegando à casa dela, a encontrou pronta para uma ida ao teatro, o ciúme instantaneamente vibrou no peito de Augusto, e ele lhe pediu que finalmente, até mesmo para acalmá-lo, ela dissesse que o amava. Porém, segundo ela ainda era cedo, mas o doutor não suportou e rompeu definitivamente o romance – pelo menos era o que pensava.

Um mês depois se reencontraram e ela lhe questionou sobre o amor que ele tinha por ela, ele negou sua atual existência. Três dias depois estavam na chácara da família dela um grande grupo a passear, Emília se afastou e logo Augusto foi ter com ela. Ali tiveram sua conversa fatal. 

Ele declarou a ela que todo o amor que afirmava sentir, crescera e apenas vivera devido ao sucesso econômico do pai de Emília e que só por isso ele se interessava por ela, nada mais que os benefícios que o ganhador da mão dela teria. Ela, depois de tal declaração, afirmou que aquilo não passava de uma confirmação do seu amor. Augusto, enfurecido, concordou, mas disse que o amor adorador que sentia agora tinha sido substituído por uma vontade de possuí-la contra a própria vontade dela.

Feito isso, a menina o desprezou. Ele tentou-lhe dar um beijo, mas ela esquivou-se e quando Augusto percebeu tinha posto a menina a seus pés. Vendo a sua ação pediu-lhe perdão e recebeu em troca uma declaração de amor. Sua resposta foi ir embora.
No dia seguinte recebeu de Emília uma carta afirmando todo o seu amor e devoção que só agora ela percebera. O médico ainda tentou resistir a ela, mas foi inútil. Amavam-se e naturalmente o passo seguinte foi o casamento.

Resumo de A pata da gazela (1870);

Na rua da quitanda estavam Laura e Amélia em seu tílburi à espera do seu empregado. Na rua, Leopoldo observava-as. Laura estava impaciente e quando o criado se aproximou ela o apressou. O embrulho que ele trazia estava bem amarrado, mas na pressa de subir no veículo, o pacote se abriu e, sem que se notasse, um par das botinas ficaram caídas no chão. Horácio, um dos mais cobiçados moços da sociedade, um “leão da moda”, pegou a botina que estava na calçada, mas não pôde devolver, visto que o tílburi já tinha partido.

Logo no coração de Leopoldo e de Horácio nasceu o amor. Mas era diferente no coração de cada um. O primeiro se encantou com a alma da moça que viu de relance, na verdade desconhecia sua imagem, porém a amava. Já o segundo, um conhecedor de cada item que compõe as mulheres, se encantou pelo pé desconhecido que calçava aquela botina tamanho 29, e já o considerava o maior dos mimos.

Assim, os dois se lançaram em busca da amada e da dona dos lindos pés. Leopoldo acabou revendo-a no teatro, onde a sua amada alma assumiu forma física. Depois a viu na rua, como que fugindo de seu olhar, com pressa ela subiu em seu tílburi e assim Leopoldo teve um vislumbre dos pés de sua amada. Eram deformes e horrorosos. Isso provocou um desencanto imediato. Na sapataria confirmou sua suspeita, pois lá viu as fôrmas que serviam de molde ao sapateiro, tendo a certeza da deformidade que sua amada levava consigo.

Horácio também estava em busca da dona da botina. Assim como Leopoldo, ele viu Amélia e Laura no teatro, sendo que a segunda fugia de seu olhar. A primeira ele encontrou algumas vezes na rua e admirou seu gracioso andar e depois vendo o rastro que ela deixava ao lado do das amigas na areia do passeio público, teve a convicção de que era Amélia a dona dos pés que calçavam a botina. Sendo assim, em pouco ele deu início a seu convívio com a família.

Amélia frequentava a casa de D. Clementina, onde dançar era a grande diversão e os parceiros eram poucos, formando pares facilmente. Foi em uma dessas reuniões que ela conheceu Leopoldo, que a observava sem parar. Pela insistência dos olhares acabaram dançando e ali, com eloqüência, ele falou, de certa forma subliminar, que a amava e que conseguia até mesmo amar as suas deformidades. 

Horácio freqüentava a casa de Amélia e ali sempre buscava ver o pé dela, mas a menina o escondia com todo o empenho. E assim, em seu máximo desejo de ter pra si o pé que calçava aquela botina, pediu-a em casamento. Amélia tomou como resolução um sim, mas esperou por 15 dias para dizer isto a Horácio para não aumentar-lhe a vaidade. Durante esta quinzena, Horácio, que nunca pensaria em uma resposta negativa, não apareceu na casa.

Nesse tempo houve um baile, Leopoldo já sabia do casamento de Amélia e carregava em seus olhos a tristeza. Foi neste evento que ele e Horacio se encontraram, oportunidade esta que permitiu que um contasse ao outro sua história de amor, sem revelar o nome de suas amadas. Mas Leopoldo não demorou muito a descobrir. Quando os recém-amigos voltaram ao salão, Horácio percebeu uma mudança no humor de sua noiva e a intimidade que ela mostrou ao pedir que ele chamasse seu pai, fez Leopoldo entender quem era a amada de Horácio, e assim, rir-se por seu engano.

Na noite seguinte, Horácio foi à casa de Amélia, que bordava pantufas. A seu noivo ela afirmou que se tratava de um presente a uma amiga, o que justificava o “L” que bordava. Em seguida, distraída com a atividade, descuidou-se da barra do vestido, o que permitiu que Horácio finalmente visse seus pés. Depois de um breve silêncio, ambos se afastaram e ele foi embora mas, depois de se encontrar na rua com o futuro sogro, voltou à casa.

Ali, em nova conversa com Amélia, implicou, propositalmente, com o fato de ela ir às reuniões na casa de D. Celestina, o que justificaria o rompimento do noivado. Ela afirmou que iria lá na noite seguinte e ele contra-argumentou que se ela fosse, ele não voltava mais. Estavam rompidos no dia seguinte.

Na casa de D. Celestina Amélia e Leopoldo se encontraram e ela lhe contou que tinha ouvido a história dele e de Horácio no jardim, naquela noite, e ali também correspondeu ao amor de Leopoldo, sentimento que sempre tivera, mas só agora o entendera.

A esse tempo Horácio foi atrás de Laura, afinal as pantufas que Amélia bordava com a letra “L” para uma amiga só poderiam ser para ela. Foi assim que logo em seguida ele se declarou a ela ajoelhando-se a seus pés e indo beijá-los. Bastou isso para que um fugisse do outro: não era Laura a dona dos lindos pés.

Horácio em seguida acreditou que Amélia devia ser a dona do lindo pé, afinal ele só vira um dos seus pés. O outro poderia ser o mimo que ele sonhava e, se fosse esse o caso, ele não se importaria em reconquistá-la e casar-se com ela. Em uma ocasião, Horácio encontrou-a no centro e quando Amélia percebeu que ele encarava seus pés ela ergueu o vestido mostrando ter lindos pés, os tão sonhados por seu ex-noivo. 

Acontece que Laura tinha pés grandes que sempre foram escondidos das pessoas e Amélia sempre teve pés pequenos, mas ambas tinham vergonha dos seus pés. Um dia Amélia quis compará-los, o que envergonhou muito a Laura e dali em diante ela quis se redimir com a prima e amiga. Ela encontrou um sapateiro que fazia sapatos como os comprados na Europa. Ele criou para Laura pares de sapatos que escondiam sua deformidade e assim elas sempre iam juntas à Rua da Quitanda e o criado ia buscar os sapatos que eram pagos na hora por ele, pois assim ninguém saberia quem era a dona do molde deforme que dava origem aos sapatos. E a deformidade que Leopoldo tinha visto na verdade foi apenas um engano da luz.

Horácio nessa noite foi até a casa de Amélia a fim de reconquistá-la. Chegando lá encontrou poucas luzes ligadas e subiu em uma árvore para ver o que se passava. Para seu desgosto lá dentro havia um padre, Amélia e Leopoldo ajoelhados, os pais dela, e dois amigos que certamente seriam as testemunhas. Da árvore e pela janela ele viu o casamento dos dois e depois, antes que as janelas se fechassem, ele viu Amélia entregando aquelas pantufas bordadas com um “L”, que agora sabia se referir a Leopoldo, e pedindo que ele lhe calçasse os lindos e mimosos pés.

A Horácio só restou voltar para casa, onde leu a fábula do leão amoroso que foi pisado pela pata da Gazela.

Resumo de Sonhos d’ouro (1872)

Ricardo era um rapaz pobre e que saíra de São Paulo onde morava sua mãe, irmã e sua noiva Bela para ir à Corte tentar conquistar o suficiente para dar uma vida digna a estas. E foi no Rio de Janeiro, mais precisamente, na Tijuca, que teve seu primeiro encontro com Guida. Ele estava deitado na relva sonhando com as facilidades que a riqueza traria e beijava uma pequena flor que colhera e apelidara de sonhos d’ouro. Nessas circunstâncias que Guida o encontrou, enquanto fazia um passeio com sua dama de companhia e o Sr. Benicio, que tinha uma alma servil e trabalhava para ela.


Depois deste primeiro encontro, Ricardo veio saber a partir de seu amigo Fábio, e noivo de sua irmã Luísa, que a moça era filha do “comendador” Soares e era uma das mais ricas e belas moças da corte. Ricardo inicialmente sabendo das travessuras da menina a julgou caprichosa. No decorrer dos dias sempre em passeios no galgo, o cavalo que dividia em um revezamento com Fábio, encontrava-se casualmente com Guida.

Ricardo morava com Fábio e D. Joaquina, mãe de seu amigo. Era costume dela, mesmo pobre, ajudar uma família que de vez em vez precisava de socorro. Foi graças a essas boas ações que um dia Ricardo, ganhando um dinheiro extra, resolveu ajudar a família, desencarregando D. Joaquina. Lá ele estava com seu caderno onde pintava e na página aberta estava uma aquarela em referência ao seu primeiro encontro com Guida. Nesse dia Guida também veio visitar essa família e inocentemente viu de relance o desenho de Ricardo.

Guida era de fato linda e rica, era também caprichosa, mas era uma alma muito boa, gentil e brincalhona. Prova de sua natureza caprichosa foi o desejo insistente que lhe nasceu de descobrir porque Ricardo beijava tão ardentemente aquela flor do seu primeiro encontro, queria ver o desenho que ele fizera e queria possuir o cavalo do rapaz, o galgo.

Estando em um grupo em um passeio na Tijuca, Guida viu a pequena flor e se precipitou para colhê-la, porém era uma ação perigosa, e Ricardo que observava toda a cena, acabando de chegar àquele ponto, se adiantou e colheu as flores. Nogueira, um dos rapazes do grupo, cumprimentou a ele, pois tinham se formado juntos.

Mais tarde, durante o almoço na casa de Soares, Guida convenceu Nogueira de convidar Ricardo e também o amigo do rapaz para irem jantar ali naquele dia. Ricardo já tinha negado o convite feito através de um dos trabalhadores da casa, não querendo se envolver com uma sociedade a qual não pertencia. Nogueira foi então atrás do colega, porém encontrou apenas Fábio e esse garantiu que ele e o amigo estariam lá.

Ricardo só foi porque Fábio disse que havia dado sua palavra de honra. Assim passaram a noite muito bem, melhor Fábio que não tinha acanhamento em se “infiltrar” em meio a aquelas pessoas. No dia seguinte, lá estavam reunidos novamente para um passeio, Ricardo dessa vez foi temendo que negando o convite Fábio aceitasse e agisse de forma pior como vinha agindo, sem pudor algum.

No passeio Ricardo concedeu que Guida fosse no galgo, durante todo o dia Ricardo a esteve observando, pois o cavalo era muito afoito e um acidente era fácil, observava também a Flavio que não parava de flertar com D. Guilhermina, foi em um momento desses que Guida partiu em uma corrida no galgo, Ricardo instantaneamente tentou alcançá-la. Acabando ela voltando em seu cavalo e ele no dele, e ela falando em como ele suporá mal se tivesse acreditado que ela esperava que ele a socorresse como heróis em romances.

Ricardo já fadigado articulou um modo de escapar do resto do passeio. Porém, na sua tentativa de fuga, acabou seguindo apenas ele, Guida e o S. Benicio que insistia em cobrir-lhes com o guarda-sol. No fim todos chegaram à casa de Soares e todos notaram como Ricardo e Guida chegaram conversando e rindo, durante a noite todos já supunham que ele se juntava aos outros três concorrentes a marido e que ele era o escolhido.

Assim, o visconde que participa da intimidade da casa, já se precipitou ao escritório de Ricardo para lhe propor uma negociação no casamento. Ele lhe ajudaria financiando o namoro e depois já casado Ricardo lhe prestaria favores. Mas a reação dele foi por o visconde pelas golas fora do seu escritório. Mais tarde Fábio contou tal fato a Guida e esta pediu ao pai que retirasse o visconde de seu círculo de amizade.

Passou-se um bom tempo, e Guida completou seus dezenove anos, também nesse tempo Ricardo tinha avançado em seu escritório e já trabalhava com casos que lhe rendiam mais e tinha alugado um quarto. Guida, assim como combinara com o pai, deveria escolher um noivo e apresentá-lo ao pai e este, por sua vez, iria ver se concedia ou não o casamento, caso não teriam um ano para ver qual dos dois se enganava sobre o candidato, Guida ou ele.

Foi assim que em uma manhã, Soares conversou com sua filha, falou-lhe que era preciso que escolhesse um noivo, pois ele estava envelhecendo e não podia deixá-la solteira, uma vez que agora já muitos se aproximavam pelo dinheiro que eles possuíam, quando ela estivesse sozinha maior seria o número de especuladores. Assim Guida prometeu em um mês achar o rapaz.

Sendo assim ela foi ter com sua avó e pediu que ela a ajudasse no encontro com o rapaz correto para ser seu noivo. Foi desse modo que Sr. Benecio chegou com um bilhete para Ricardo em que ele era chamado a casa da vó de Guida para resolver uma questão de advocacia. Chegando lá, Guida o recebeu afirmando que a vó estava a procura dos papéis. Assim, em conversa na sala enquanto a dama de companhia de Guida lia, a menina falou a Ricardo sobre um romance que lia, mas na verdade contava sua própria historia. Afirmava que a heroína devia se casar agora que já tinha chegado na idade combinada com o pai, mas nunca homem algum tinha despertado seu coração e assim ele escolheu a um que julgava reto e gentil e pediu que ele se cassasse com ela e que assim vivessem em conveniência e quem sabe o amor surgiria.

Em seguida perguntou o que faria Ricardo se fosse tal homem, ao que ele respondeu que não poderia ser tal, pois ele já era comprometido e assim contou sua historia de vida e de como estava na corte a fim de juntar vinte contos para quitar as dividas da hipoteca e poder casar-se e dar uma vida ao menos digna para esposa e para mãe, e para poder pagar o dote da irmã. Depois disto Guida chamou a vó e elas encenaram o motivo de limites de terra pelo qual chamaram Ricardo ali.

Foi em casa e no seu quarto que Guida viu surgir-lhe de repente o amor, amava Ricardo, mas não podia tê-lo, pois tal era desde a infância comprometido com a prima. Assim, a menina passou a viver como aqueles que sofrem do amor.

Dias depois o pai, notando a diferença na filha, veio falar-lhe. A menina revelou tudo e também a vontade de conceder os vinte contos para fazer a felicidade dele. O pai cedeu à vontade da filha e também esqueceu a necessidade de casá-la. Assim Guida pediu a D. Guilhermina que se aproveitando do flerte que mantinha com Fábio descobrisse um modo de quitar as dívidas de Ricardo sem que esse recusasse tal ato.

Foi deste modo que Guida, ouvindo a conversa de Fábio e D. Guilhermina, descobriu que Bela havia rompido com Ricardo, que estava desolado. O fato era que em São Paulo, Luisa recebeu uma carta em que Fábio lhe contava como Ricardo não via o amor da mais rica e bela moça da corte por ser a todo voltado ao se amor por Bela, esta que lera a carta também. Porém na casa de Bela um amigo contava que em uma carta que recebera falavam que na corte Ricardo era um dos candidatos mais promissores a um rico casamento. Assim Bela, vendo que tal casamento era melhor para Ricardo, rompeu tudo com ele e aceitou se casar com um primo de escolha do pai.

Ricardo tendo recebido a carta de Bela procurou Guida, os dois conversaram e quando ela leu a carta viu o que realmente se passava com a rival, abandonava seu amor pela maior sorte dele. Aconselhou que Ricardo fosse a São Paulo e lhe explicasse todos os fatos, porém ele só escreveu uma carta, que fora bem fria e assim confirmou as suspeitas de Bela, que se casou com outro.

Saído a noticia do casamento de Bela, Ricardo ficou desolado e por muito tempo ele e Guida não se viram. Um dia enfim se encontraram no local de seu primeiro encontro. Guida, porém, estava com a saúde arrasada e perdera toda a vida de pouco tempo atrás. Ali os dois conversando relembraram o primeiro encontro e foram colher a florzinha que ilustrara a cena, Guida desfaleceu nos braços de Ricardo e se pôs a chorar, ele temia a morte da menina e quando ela finalmente olhou para ele, pediu que vivesse, quando ela questionou porque razão viveria, ele afirmou que vivesse por ele.

Foi assim que o casamento dos dois se arranjava para alguns dias. Mrs. Trowshy, a dama de companhia de Guida, se animava com a ida para Europa junto com a sua senhora. Sr. Benicio trabalhava no casamento, Fábio casara-se, Nogueira conformara-se com a advocacia administrativa, Guimarães foi para Europa gastar a herança, Bastos continuava um bom encomendador – eram todos esses candidatos a marido de Guida.

Resumo de Senhora (1875) 


Aurélia Camargo era uma moça pobre e tinha perdido o irmão e o pai. Sua mãe, temendo morrer e abandonar a filha desamparada, insistia para que ela fosse ficar na janela para ver se conseguia um casamento. Realizando tal desejo, conquistou muitos admiradores e um grande e único amor, Fernando Rodrigues Seixas.

Fernando vivia com a mãe e duas irmãs, que levavam uma vida pobre, pois viviam do aluguel de dois escravos, da costura e da pequena ajuda que Fernando dava com seu emprego público. Fernando estava apaixonado por Aurélia e decidiu pedir sua mão em casamento, porém, logo mudou de ideia, pois sabia que casando com ela teria uma vida pobre e perderia sua liberdade, deixando assim de frequentar a sociedade.

Assim, o romance se esfriou e o noivado foi rompido. Fernando resolveu se casar com Adelaide, pois receberia um dote de trinta mil contos de réis. Nesse mesmo período, o avô paterno de Aurélia apareceu, mas faleceu logo em seguida, deixando à Aurélia uma grande herança. Aurélia tornou-se uma moça rica e sua tutela foi entregue a seu tio Lemos, que havia cortado as relações com a mãe de Aurélia há tempos. Mas ela preferiu viver em uma casa com D. Firmina, uma amiga viúva que a tinha amparado quando ficou sozinha no mundo.

Fernando viajou para Recife na esperança de escapar do casamento. Com sua ausência, Adelaide se reaproximou do Dr. Torquato Ribeiro. Com a dívida paga por Aurélia de cinquenta mil contos de réis ao Dr. Torquato, o pai de Adelaide lhe consentiu a mão da filha. Quando Fernando voltou, já estava livre do casamento, foi então que Lemos realizou uma proposta de ele se casar com uma moça em troca de um dote de cem mil contos de réis, ele acabou por aceitar e recebeu um adiantamento de vinte mil contos de réis, logo depois conheceu a moça, que era Aurélia. Alegrou-se, pois sempre a amara.

Fernando e Aurélia se casaram. No quarto de núpcias, quando Fernando se declarou, Aurélia friamente entregou-lhe o resto do dote e disse que ele a pertencia, afinal acabara de comprá-lo. Nessas condições, passaram a viver um falso casamento, dormiam em quartos separados e sempre se tratavam intimamente com sarcasmo e ironia. Com o decorrer do tempo, Fernando se dedicou ao trabalho de servidor público e Aurélia passou por um longo tempo se isolando de todos. Depois de tal isolamento, dedicou-se a festas, visitas e pequenas reuniões contínuas.

Ao voltar de um baile, quase houve uma reconciliação, no entanto, ela não aconteceu. Depois, durante uma valsa, em um baile próprio, Aurélia desmaiou e acabaram sozinhos no quarto dela. Nesse momento, quase houve novamente uma reconciliação, mas Fernando sem querer disse palavras que ofenderam Aurélia. Voltaram para o baile, ainda vivendo de aparências. Quando o baile acabou, cada um foi para seu quarto. Aurélia, baseando-se nos recentes acontecimentos, concluiu que Fernando realmente a amava, quase foi ao encontro dele, mas precisava ter certeza e abandonou assim a ideia.

Nos dias seguintes, Fernando recebeu o dinheiro que havia ganhado através de um investimento, pediu para conversar com Aurélia. Após o jantar, foram para o quarto dela, ele entregou a ela um cheque com o valor que ela havia pagado pelo dote e mais os outros vinte mil contos de réis, conquistados no trabalho na repartição e com o lucro do investimento. Declarou-se livre, pois havia lhe devolvido o dinheiro com o qual ela o havia comprado.

Considerando-se dois estranhos, despediram-se. Nesse momento, Aurélia confessou todo o amor que tinha por Fernando, afirmou que sendo eles agora estranhos, o passado havia sido esquecido e assim poderiam viver o amor que sentiam. Fernando, ao ouvir tal confissão, beijou sua esposa e assim reconciliaram. Ele de repente hesitou, o dinheiro de Aurélia os impedia de se amarem, ela então pegou em uma gaveta um documento, tratava de seu testamento, no qual deixava tudo para Fernando. Nessas circunstâncias, uniram-se no “amor conjugal”.

 O Guarani (1857) - resumo


A história se passa na época da colonização do Brasil, nos anos de 1603 e 1604. Peri era um jovem índio guarani, da tribo goitacá, que salva a vida da jovem Cecília e se torna amigo da moça. Ela morava numa casa no alto de um rochedo, no Vale do Paraíba.

Peri descobre a traição do aventureiro Loredano, um frade carmelita renegado, que pretendia raptar Cecília e matar o resto da família dela. Peri e Álvaro, comandante dos aventureiros a serviço do pai de Cecília, Dom Antonio de Mariz, enfrentam a revolta, mas a propriedade é atacada pelos canibais da tribo aimorés, que queriam vingança porque o irmão de Cecília matou acidentalmente uma índia da tribo aimoré. Álvaro amava Cecília, mas apaixonou-se pela prima de Cecília, Isabel, que era mestiça e na verdade Irma natural de Cecília, filha de Dom Antonio com uma índia. Álvaro morre e então Isabel se mata, e Loredano foi descoberto e queimado na fogueira pelos próprios companheiros de revolta.

Quando os aimorés tomaram a casa de Dom Antonio, Peri fugiu com Cecília numa canoa, e Dom Antonio explodiu a casa e o rochedo morrendo junto com a família, os aventureiros e todos os inimigos. No caminho para o Rio de Janeiro Cecília percebeu que amava Peri e uma terrível enchente ameaçava matar os dois, mas Peri arranca uma palmeira do chão com os próprios braços, e navegando nela os amantes se beijam e se salvam.

Resumo de Iracema (1865) - José de Alencar


A obra conta a história de amor vivida por Martin, um português, e Iracema uma índia tabajara. Eles apaixonaram-se quase que à primeira vista. Devido a diferença etnica, por Iracema ser filha do pajé da tribo e por Irapuã gostar dela, a única solução para ficarem juntos, é a fuga. Ajudados por Poti, Iracema e Martim, fogem do campo dos tabajaras, e passam a morar na tribo de Poti (Pitiguara). Isso faz com que Iracema sofra, mas seu amor por Martim é tão mais forte, que logo ela se acostuma, ou pelo menos, não deixa transparecer. A fuga de Iracema faz com que uma nova batalha seja travada entre os tabjaras e os pituguaras. Pois Arapuã quer se vingar de Martin, que "roubou" Iracema, mas Mertim é amigo de Poti, índio pitiguara, que irá protegê-lo.

Além disso, a tribo tabajara alia-se com os franceses que lutam contra os portugueses, que são aliados dos pitiguaras, pela posse do território brasileiro. Com o passar do tempo, Martim começa a sentir falta das pessoas que deixou em sua pátria, e acaba distanciando-se de Iracema. Esta, por sua vez, já grávida, sofre muito percebendo a tristeza do amado. Sabendo que é o motivo do sofrimento de Martim, ela resolve morrer depois que der à luz ao filho. Sabendo da ausência de Martim, Caubí, irmão de Iracema, vai visitá-la e dia que já a perdoou por ter fugido e dado às costas à sua tribo. Acaba conhecendo o sobrinho, e promete fazer visistas regulares aos dois.



Conta que Araquém, pai de Iracema, está muito velho e mal de saúde, devido à fuga de Iracema. Justo no período que Martim não está na aldeia, Iracema dá luz ao filho, ao qual dá o nome de Moacir. Sofrendo muito, não se alimentando, e por ter dado à luz recentemente, Iracema não suporta mais viver e acaba morrendo logo após entregar o filho à Martim. Iracema é enterrada ao pé de um coqueiro, na borda de um rio, o qual mais tarde seria batizzado de Ceará, e que daria também nome à região banhada por este rio. Ao meio desta bela história de amor, estão os conflitos tribais, intensificados pela intervenção dos brancos, preocupados apenas em conquistar mais territórios e dominar os indígenas.

As minas de prata (1865) - resumo



As Minas de Prata, mostra o Brasil na época, como colônia de Portugal. Anos em que havia grande interesse europeu em em terras brasileiras para a exploração do pau-brasil, madeira que existia com relativa abundância em largas faixas da costa brasileira.

Neste período, o Brasil, vivia sob constantes ameaças holandesas, espanholas e da Companhia de Jesus. É neste meio que estão as minas de prata, que assim, dá origem à história de José de Alencar, narrada em terceira pessoa.

A fortuna prometida pelas lendárias minas de prata de Robério Dias teria o poder de decidir o destino da colônia. No entanto, para defender o Brasil e o grande amor que sente por Inês ou Inesita, Estácio filho de Robério Dias, teria que resgatar o roteiro das minas. Tal roteiro que fora deixado pelo pai de Robério Dias, Moribeca, antes de morrer. 

Passados alguns anos, o padrinho de Estácio repassa uma carta deixada pelo próprio Robério Dias, pai do rapaz. A carta escrita à mãe do moço, há cerca de quatro anos, ainda estava selada mas trazia grandes informações.

Contudo, o maior problema do rapaz é o de ter um grande poder nas mãos sem saber usá-lo corretamente. Em meio a muitos altos e baixos, Estácio sempre justo, acaba por não desejar a riqueza material, mas salvar a honra do pai e casar-se com Inês. Enquanto que Padre Molina, ambicioso, visa destruir um império católico.

Entre reviravoltas e aventuras variadas Estácio e Inesita ficam juntos e mesmo tidos como mortos, reaparecem casados e felizes. Enquanto isso, Cristóvão e Elvira gravemente doente, Elvira quase chegar à beira da morte. Cristóvão no desespero quase comete suicídio, mas a tempo não o faz e os dois, casados, conseguem ser felizes.

 Alfarrábios (1873) - resumo


A cidade do Rio de Janeiro no início do século XVII é cenário do livro que conta as aventuras e desventuras românticas do jovem Aires de Lucena, em sua luta contra os invasores franceses e holandeses e contra o destino. Ele tem sorte nas batalhas, mas tem que passar por dolorosas provações.


Resumo de Ubirajara (1874);



Romance indigenista de José de Alencar [1829-1877].

Ubirajara, é um romance que narra a história de um índio guerreiro, que por sua força e garra conquistava tudo que queria. O autor, começa a narração falando das nações indígenas existentes na época, e que Ubirajara era irmão de Iracema. Sua primeira atividade foi a caça, e como obtinha muito sucesso nesta atividade, recebeu o nome de Jaguaré, tipo de onça feroz que não deixava escapar suas presas. Era admirado por todos, e as virgens disputavam o seu amor, mas havia uma moça que se chamava Jandira, que fora prometida para ele seu nome Jandira, tinha o significado 'Jandaíra' relativo a um tipo de abelha.

Um dia, Jaguaré, estava caçando e encontrou outra virgem muito bela, que pertencia a tribo Tupi, e logo apaixonou-se por ela, seu nome era Araci, que significa estrela do dia. Ela também gostou dele e lançou um desafio para a sua conquista: aquele que fosse melhor guerreiro teria o seu amor.

Jaguaré, aceitou o desafio, e quando se preparava para a luta, encontrou um guerreiro da tribo tupi e travou com ele uma luta que durou muitas horas, porém Jaguaré, saiu vencedor e levou seu inimigo preso para ser morto no tempo certo. Todos da tribo Araguaia, festejaram a vitória de Jaguaré.

Depois ele voltou para lutar pela Araci, na tribo dos Tocantins. Lá foi recebido com honras, como qualquer hóspede, os anciões deram-lhe o nome de Jurandi, que significa aquele que veio da luz ou trazer luz. Logo ele viu Araci, e ambos ficaram encantados; Jurandi revelou a seu pai que queria a virgem por esposa, e foi lançado as provas de coragem entre todos os pretendentes e Jurandi venceu todas e obteve o consentimento do pai, mas quando Jurandi, revelou sua verdadeira identidade, tudo ficou complicado, porque o guerreiro inimigo que era seu prisioneiro, era o irmão de Araci. Foi aí que a luta seria maior.

Ubirajara, voltou à sua tribo, libertou o prisioneiro, e convocou a todos os guerreiros de seu povo para atacar os Tocantins, mas quando eles se preparavam para a batalha, souberam que os tabuias, estavam em guerra com os Tocantins e ofereceram ajuda aos araguaias, porém Ubirajara mandou um recado que não precisava de nenhum aliado para vencer aos dois grupos. Na guerra dos tapuias com os Tocantins, resultou na morte do maior guerreiro dos tapuias e o chefe dos Tocantins perdeu a visão. Quando os araguaias, chegaram na tribo tupi, Ubirajara pediu ao guerreiro cego que lançasse seu arco e duas cetas se cruzaram no espaço e a paz foi feita entre as duas tribos, e assim Araci, foi com o seu marido para as núpcias em sua cabana, ela rompeu a liga da virgindade e colocou-a no braço do marido. Estendeu a rede nupcial e foi buscar Jandira, que fora dada a ela por escrava pelo Ubirajara, e deu ao marido como esposa, as duas se tornaram esposas do maior guerreiro Araguaia Tocantins. A união dessas duas nações resultou no surgimento de uma nova nação que recebeu o nome de ubirajara, eles dominaram o deserto, por muito tempo.


Resumo de Guerra dos mascates (1873) de José de Alencar


Conta a história de Guiomar, menina altiva e segura de si, que procura, com muito  calculismo, realizar o plano de ascender socialmente, para recompensar sua modesta origem. Pretendem sua mão : Estevão, Jorge e Luís Alves. O primeiro, sincero, mas simplório; o segundo indolente e superficial. Luís Alves, ambicioso e sagaz, acaba por ser o escolhido, pois personificava as qualidades que se coadunavam com a maneira de pensar de Guiomar, que, ao elege-lo, faz, segundo suas próprias palavras, " a fria eleição DO espírito ". O fragmento que transcrevemos ilustra o carácter do casal GUIOMAR/LUIS Alves e oferece a justificativa do título: " Um mês depois de casados, conversando o que  conversam os recém-casados,  e a relembrar o curto campanha do namoro. Guiomar confessou ao marido que naquela ocasião lhe conhecera todo o poder de sua vontade. - Vi que você era homem resoluto, disse a moça, enquanto que  assentado, a escutava o marido atentamente.  Resoluto e ambicioso, ampliou Luiz Alves sorrindo: você deve ter percebido que sou uma e outra cousa ao mesmo tempo. A ambição não é nenhum defeito. - Pelo contrário, é virtude; e sinto que a tenho, e que hei de faze-la vingar. Não me confio apenas na mocidade e na força moral:confio-me também em você, que há de ser para mim uma força nova. - Oh! Sim! Exclamou Guiomar. E com um modo gracioso continuou: - Mas que me dá você em paga? Um lugar na câmara? Uma pasta de ministro? - O lustre do meu nome, respondeu ele. Guiomar, que estava de pé defronte dele, com as mãos presas nas suas, caiu lentamente sobre os joelhos do marido , e as duas ambições trocaram os beijos fraternais. Ajustavam-se ambas tão bem, como se aquela luva tivesse sido feita para aquela mão. 

III Romances regionalistas:

Resumo de O gaúcho (1870);

Manuel Canho, aos nove anos de idade, viu seu pai, João Canho, ser morto por um castelhano chamado Barreda que confundira o bom homem amansador de cavalos com o amante de sua esposa, Loureiro, a quem João Canho havia dado abrigo.
Loureiro, ao saber da notícia, retorna à casa da família e acaba se casando com a mãe de Manuel. Ao tentar montar no cavalo do falecido, Loureiro é morto pelo animal que, parecia querer vingar a morte do antigo proprietário.
Com a morte do padrasto, Manuel finalmente segue em busca de Barreda para vingar a morte de seu pai e, nessa trajetória, vive várias aventuras.
Chegando à província de Entre-Rios, encontra o chileno D. Romero que possui uma égua bastante arisca, mas de exuberante beleza.
D. Romero está desafiando os presentes a montarem na égua. Ele afirma que o cavaleiro que conseguir montá-la será o seu dono. Ouvindo o desafio, Manuel se propõe a pagar pela égua, mas o chileno alega que ele a pode ter de graça desde que a monte.
Manuel não só consegue dominar o animal, habilidade que aprendera com o pai, como cria uma ligação afetuosa com a égua. Percebendo que ela parira há pouco tempo, Manuel sai em busca da cria e a encontra.
Encontrando a casa do assassino de seu pai, Manuel o encontra abandonado à beira da morte devido à bexiga. Manuel, vendo o sofrimento do homem, adia seus planos e cuida dele até que fica restabelecido.
Manuel vai embora, mas promete retornar. Ao voltar para casa, sua mãe, D. Francisca, e a irmã, Jacintinha, alegram-se com o seu retorno e com os dois belos animais que trouxera. Após três meses volta para casa de Barreda e o fere mortalmente.
Em seguida viaja para junto do padrinho coronel Bento Gonçalves que precisava de sua ajuda.
Manuel encontra Catita, garota que conhecera há três anos, e a salva de um acidente com uma mula. Os dois se apaixonam, mas ela se envolve com D. Romero, que após ser obrigado a casar com a moça, é morto por Manuel.
Pedindo loucamente seu perdão, Catita pula na égua de Manuel e os dois cavalgam loucamente em meio à tempestade.

O tronco do ipê (1871) - resumo



Em O Tronco do Ipê, narra-se, em terceira pessoa, e entre muitas peripécias, a história de Mário e Alice. Mário suspeita que seu pai foi assassinado e vive oprimido por isso, o que o torna próximo de Manuel Canho, o gaúcho. O avô de Mário era dono da fazenda o Boqueirão, fazenda no interior fluminense, onde vivia com o filho e o neto (Mário). 

Viúvo o velho torna a casar-se e sua esposa tece intrigas que culminaram com a expulsão do pai de Mário, que só retorna a fazenda quando o velho pai esta doente. Durante a visita, o pai de Mário morre em circunstâncias meio misteriosas e, com o choque da morte do filho, morre também o velho. Quando se faz o levantamento dos bens deixados pelo avô, descobre-se que todos os bens estão hipotecados a um amigo do pai de Mário, que passa a ser o novo proprietário da fazenda. 

O fato surpreende a todos e levanta suspeitas de que o pai de Mário foi assassinado pelo atual dono do Boqueirão, o agora Barão da Espera. As suspeitas se fortalecem pela atitude paternalista do Barão de Espera, que praticamente sustenta Mário e sua Mãe, como se quisesse acalmar a consciência. Mário salva Alice, filha do Barão, de morrer afogada, mas continua a suspeitar do pai da moça. Vai estudar na Corte de onde regressa formado sete anos depois, numa véspera de Natal. 

Sucedem-se vários desentimentos entre Mário e Alice, porque, apesar do amor que sente, pesa sobre Mário a suspeita de casar-se com a filha do assassino de seu pai. Alice sofre com isso e o Barão resolve suicidar-se no Boqueirão no que é salvo por Mário, que acaba sabendo da verdadeira história: o Barão não matou seu pai. Tudo se esclarece e Mário e Alice casam-se.

Til (1872) - resumo

A história tem como cenário a Fazenda Nossa Senhora do boqueirão, na zona da mata fluminense. Um velho tronco de ipê, outrora frondoso, representa a decadência da fazenda. Bem próximo, numa caban, mora o negro Benedito, espécie de feiticeiro, que guarda o segredo da família. Mário, o personagem central, que viveu desde criança na fazenda, juntamente com a prima Alice, descobre que o pai da moça, Joaquim, é o assassino de seu pai. Desesperado, Mário tenta suicídio, pois não pode Se casar com a filha de um assassino. Mas o negro Benedito o impede, contando-lhe o segredo: Joaquim não matou o pai de Mário. Ele foi tragado pelas águas do Boqueirão e está enterrado junto ao tronco do ipê. Mário reconcilia-se com a vida e casa-se com Alice.

O sertanejo (1875) - resumo



No sertão do nordeste a comitiva do capitão-mor, o maior homem do Ceará, voltava à sua fazenda, junto a sua mulher, Genoveva, e sua filha, Flor. Já bem próximo a terra natal Flor tomou o caminho deixando os outros para trás, enquanto cavalgava o cavalo parou repentinamente temendo algo e nos momentos seguintes a jovem se viu cercada por grandes chamas de fogo, logo ela desmaiou.

Arnaldo era um sertanejo. Vivia na fazenda, mas não se submetia às ordens do capitão, porém dava a vida por ele e sua família. Assim que a família saiu nessa comitiva de viagem até Recife ele também saiu seguindo-os à distância, funcionando como um guardião do qual nem mesmo eles sabiam. Foi assim que seguiu Flor quando ela se afastou e a salvou. Pegou a moça desmaiada, levou-a para casa e logo depois foi embora; ficando sem explicação a salvação da donzela.

A mãe de Flor vendo o fogo logo temeu pela vida da filha e depois de grande aflição encontrou-a em casa. O povo da fazenda mais os empregados que vinham na comitiva cuidaram de apagar o fogo, nessa hora Arnaldo já seguia os rastros na mata que denunciavam quem havia deitado fogo no mato, naquela seca terrível. Os rastros tinham sido apagados, mas o pouco que sobrara denunciou Morão. No entanto a culpa caíra sobre Jô, um velho amigo que vivia em uma gruta nas proximidades de onde o fogo começou.

Sabendo disso Arnaldo levou Jó para outro local e foi atrás de Moirão. Teve com ele na manhã do dia seguinte, os dois eram amigos, mas a vida da família do capitão-mor e a vida de Flor, a quem ele amava ainda mais, eram prioridades. Assim em um combate entre as árvores Arnaldo venceu Moirão, que nunca tinha passado por tal coisa, e declarou que se ele novamente fizesse algo para ameaçar tal família, teria novamente com ele.
Moirão tentou justificar-se, afinal foi humilhado pelo capitão, pois quando trabalhou na fazenda vizinha, Marcos Fragoso, filho do dono, o impediu de morrer e assim devendo-lhe a vida, a mando de Marcos entregou um presente a Flor, pois Marcos era apaixonado pela moça, mas a menina gritou pelo pai que lhe puxou pela orelha e o humilhou. Arnaldo, no entanto, não aceitou a justificativa e disse que em nova tentativa de vingança mataria-o.
Os homens do capitão saíram à procura do causador do incêndio, vieram então perguntar a Arnaldo sobre Jó, mas ele disse que tal coisa só diria ao capitão. Assim, quando ele voltou à casa da fazenda o patrão lhe perguntou quem causara o fogo, mas ele não respondeu, sendo assim desobedeu ao capitão. E isso era inadmissível, mas com interseção de Flor o capitão disse que concedia o perdão se ele o pedisse, Arnaldo negou e por muitos dias esteve metido no mato sem que ninguém desse notícia.
O novilho de Flor também havia sumido e foi assim que Arnaldo voltou à fazenda trazendo o novilho de volta. Assim que chegou o capitão-mor fez-lhe vaqueiro da fazenda, cargo vago desde a morte do pai de Arnaldo, o melhor vaqueiro daqueles tempos superado apenas pelo o próprio filho.

Nesses tempos Marcos Fragoso dono da fazenda vizinha veio para habitá-la, o seu objetivo era casar com Flor. Jó ficara a vigiar a casa dele e assim Arnaldo estava a par de tudo que lá se passava. Conversando, capitão-mor e Genoveva resolveram que Marcos Fragoso, que passara ali quando chegaram às terras, seria um bom noivo para Flor.
Marcos fez então um convite de almoço e apenas para evitar a perda do pretendente o capitão aceitou o convite, na comitiva iam homens do capitão dentre eles Arnaldo, e mais Flor, Genoveva e Alina, uma orfão criada por eles. Ao se encontrarem antes de chegarem ao local onde a tenda estava armada veio à tona a história do boi Dourado.

Dourado era o mais belo, valioso e veloz boi daquelas terras e homem nenhum o havia capturado. Bastou falar que ele que apareceu e assim os homens se animaram em uma perseguição ao boi. Fragoso disse que não só o laçaria como faria do couro do boi sandálias para a moça mais bela. Arnaldo não foi pra caçada, apenas observava. Flor, Genoveva e o padre Teles que por regras da sociedade não podiam se divertir na caçada foram caçar pequenos novilhos que estavam soltos ali. Flor, para maior diversão, tirou seu chale vermelho e começou a sacudi-lo.
Um boi que estava próximo veio correndo pra cima dela e assim Arnaldo a salvou, depois de tal alto se lançou na caça ao Dourado o que só irritou Fragoso que logo de início viu nele um inimigo. Por fim Arnaldo se afastou muito na caça ao boi. Conseguiu pegá-lo, mas sabia que um boi como aquele não podia ficar cativo, apenas o marcou com o símbolo de Flor.

Todos já tinham terminado o almoço quando Arnaldo chegou. O que se passava era que Fragoso ia pedir a mão de Flor durante o caminho de volta e caso recebesse uma resposta negativa seus homens já estavam prontos em uma emboscada para roubá-la. Mas como Jó vigiava a fazenda de Fragoso eles sabiam do plano e depois de libertar Dourado Arnaldo se juntou a Jó que tinha colocado ervas nas bebidas dos que preparavam a emboscada adormecendo-os e assim juntos prenderam a todos.
Quando chegou à tenda narrou o que fizera com Dourado e o capitão fez das palavras de Arnaldo palavras suas. Então partiram, Fragoso e o capitão ficaram para trás e foi aí que ele pediu a mão de Flor em casamento, no entanto o seu pedido foi de forma que seria uma honra a eles que Flor se cassasse com ele, isso desagradou o capitão que era o homem mais poderoso daquele sertão, assim a proposta foi recusada. Fragoso então deu o sinal, para que a moça fosse rapitada.

Porém, Arnaldo viu tudo e quem respondeu o sinal foi ele e assim Fragoso e seus homens foram embora acreditando que Flor estava em seu poder. No entanto a moça chegou sã e salva em sua casa. Fragoso irritado com aquilo criou um novo plano.
Rosinha, uma de suas empregadas, e José foram à casa do capitão, ao chegarem lá falaram que ela era uma viúva e que seu marido tinha sido assassinado por glorificar o capitão, um homem que o odiava matou-lhe.
O plano era que o capitão para não ser desonrado por tal homem inventado, saísse à procura dele, mas ele não foi, mandou grande parte de seus homens. Nesses tempos Fragoso voltava com uma armada pronta para tomar a moça. Em uma manhã Rosinha, por quem Flor adquiriu grande afeição só nesse tempo que ficara ali, convidou-a para um passeio, José avisou aos outros homens que estavam na floresta que era a hora de agir. Mas Arnaldo que sempre seguia vigiando Flor conseguiu salvá-la.

Mas a esse momento chegava Fragoso à fazenda com quatrocentos homens, prontos a tomar a moça já que novamente não tinha conseguido. No entanto capitão-mor tinha consigo apenas cinquenta homens, pois o resto estava à procura do tal que Rosinha inventara. Porém, Arnaldo e Jó sabiam do perigo que estava perto, então Jó foi à procura da tribo Jucás, o chefe era um amigo de Arnaldo que lhe devia a vida e a liberdade. E Arnaldo avisara aos homens do capitão que voltassem no menor prazo possível, pois a família corria perigo. Fragoso tentou ainda por duas vezes ter a mão da moça de forma pacífica, mas não obteve, em resposta à sua última tentativa o capitão-mor mandou uma carta dizendo que na manhã seguinte ele teria sua resposta.

A resposta era o casamento de Flor com Leandro Barbalho seu primo, antes do casamento se consumar Fragoso deu-se pelo que se passava e inicou o combate armado, enquanto tal se passava o padre Teles realizava o casamento, mas antes dele terminar uma flecha o atingiu matando-o. Depois desse momento Arnaldo voltou a si, afinal não perdera a sua amada, fez um sinal para a tribo Jucás e assim de um lado os índios atacaram e do outro os récem chegados empregados e assim venceram Fragoso e seus homens.
Ao final o capitão-mor veio descobrir que a vitória só foi possível pela ação de Arnaldo e ofereceu-lhe o que quisesse, não lhe pediu a mão da amada Flor, pediu a de Alina para Agrelaum, um dos empregados da casa e só.

Fontes: www.brasilescola.com
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